11.1.13

PSB entra no governo de Porto Alegre e afeta desenho político no RS

Formalizado o ingresso do PSB no Governo de Porto Alegre, amplia-se a base de apoio ao prefeito José Fortunati e abre-se o cenário para a disputa aos governos estadual e federal, em 2014. Nele, surgem luzes e sombras sobre as perspectivas de o PSB continuar na aliança com o PT, com vistas às reeleições de Tarso Genro e da Presidente Dilma Roussef. A costura iniciada há tempos pelo vice-Prefeito Sebastião Melo e, mais recentemente, por dirigentes do PDT e pelo próprio Prefeito Fortunati, consolidou-se nesta quarta-feira (2) com a aprovação da Executiva Municipal do PSB e o comunicado ao vice-prefeito na manhã desta quinta (3). Pelo acordo, a ser referendado pelo Diretório Municipal, o PSB deverá assumir a liderança do Governo na Câmara Municipal com o vereador Airto Ferronato e ganhará, possivelmente, duas a três secretarias adjuntas.

“Estamos buscando dar sustentação política a um governo que foi amplamente reconhecido pelas urnas e que formou uma maioria natural na Câmara”, diz o deputado federal Vieira da Cunha, presidente municipal do PDT. O parlamentar lembra da identidade ideológica e as ligações históricas entre trabalhistas e socialistas para apontar o ingresso do PSB na base governista como algo a ser saudado, além de natural.
O dirigente garante que não há vinculação entre o ingresso no PSB no Governo de Porto Alegre e o xadrez político-eleitoral que será montado para 2014. Mas, como a política é dinâmica e ninguém desconhece os pleitos dos dois partidos por candidaturas próprias, tanto em âmbito estadual quanto federal, nenhuma hipótese pode ser desconsiderada
“Não é desconhecido que tanto PDT quanto PSB estão mergulhados em processos internos de discussão que poderão levá-los a ter candidaturas próprias aos governos estadual e federal”, explica Vieira da Cunha. “Este processo também poderá assegurar o apoio a candidaturas alternativas, como é atualmente, em nosso apoio ao PT”. O fato é que esta aproximação conduz a um objetivo comum para 2014, embora uma coisa não esteja vinculada a outra. “Pela importância política de Porto Alegre, é claro que isto nos aproxima para projetos no futuro”.




Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta manhã, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) viu com naturalidade o convite. “Estamos juntos com o PDT nos governos estadual e federal, temos raízes históricas bastante intensas e formamos, inclusive, um bloco parlamentar na Câmara dos Deputados junto do PCdoB”, afirmou. Ex-Secretário de Infraestrutura e figura maior dos quadros do PSB no estado, Albuquerque é, desde já, indicado pelo partido para concorrer a única vaga de senador do Rio Grande do Sul em 2014.
Estas mudanças e postulações não assustam o Presidente Municipal do PT, ex-vereador Adeli Sell. Segundo ele, é preciso respeitar as ações de um aliado histórico e ter todo o cuidado de não impor barreiras ao caminho de uma natural reeleição do Governador Tarso Genro. O cuidado resulta da certeza de que a manutenção da atual aliança, ou mesmo sua ampliação, passam pela entrega a aliados das candidaturas de vice-governador e senador. “O PDT é nosso principal aliado em âmbito estadual e o PSB está em nossa base no Estado e no Governo Federal”, lembra. O dirigente aponta, no entanto, antagonismos muito maiores na ampla coligação que o Governo Municipal está montando, principalmente na participação dos três principais partidos de oposição aos governos federal e estadual – PSDB, DEM e PPS.




“A força da base de apoio de Fortunati na Câmara vai exigir de nosso partido profundas reflexões. Temos que pensar seriamente em como sair desta situação de acantonamento. Não podemos simplesmente divergir das ações governamentais, precisamos entender a alma do povo, como já fizemos em gestões anteriores. A cidade tem profundas dificuldades, do ponto de vista da modernidade estagnou nos últimos anos, perdeu seu encantamento, não soube enfrentar a questão urbanística como um todo”, lembra.



Aliança em nome de Tarso será mantida em 2014. Ou não



“Certamente teremos modificações no quadro eleitoral para 2014”, aposta o líder socialista e futuro líder de Governo na Câmara Municipal. Airto Ferronato acha que a Frente Popular reeditada por Tarso Genro no estado poderá ser mantida para 2014. Ou não. Ele sinaliza que a nova configuração política local não significa possibilidades de rupturas no governo estadual, mesmo após a tumultuada saída de Beto Albuquerque. “Beto certamente será candidato a senador, mas numa coligação que entendermos importante dentro de uma configuração nacional, seguindo os passos de nosso governador Eduardo Campos (PE), que poderá ser candidato à presidência em 2014 ou 2018”, lembra.
A renovação política em andamento, segundo ele, poderá manter o PSB como parceiro em âmbito estadual e federal. “Mas poderão surgir fatos que irão gerar outras formatações políticas”, aponta. Neste caso, muda o tom, “o quadro estadual poderá sofrer modificações”.




Ferronato adianta que seu partido deverá ser contemplado com cargos de secretários-adjuntos, nova função criada pela atual administração, de preferência nas áreas da segurança, trabalho e mulheres. O futuro líder governista figurou solitariamente na oposição à administração anterior e agora migra para o governo na companhia de Paulinho Motorista. Seu partido também figurou em faixa própria na última eleição, coligando-se na majoritária à candidatura de Manuela D’Ávila (PCdoB) e fez oposição à Fortunati. O PSB é o partido que mais cresceu nas últimas eleições, no País, e é justo, segundo ele, que venha a postular novos espaços nos governos que integra no Estado e na União.



FONTE: http://www.sul21.com.br/jornal/2013/01/ingresso-do-psb-no-governo-de-porto-alegre-afeta-






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