23.12.14

Durante primeiro ato de campanha, Júlio Delgado defende independência do Legislativo nacional

Em passagem pelo estado para dar início oficial à sua campanha para presidente da Câmara Federal, o deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG) esteve reunido com 18 dos 25 deputados pernambucanos em Brasília. Durante o encontro, que também contou com a presença do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) e do governador eleito, Paulo Câmara (PSB), Delgado afirmou ser o candidato mais independente em relação aos seus adversários na disputa - os deputados Arlindo Chinaglia (PT-SP) e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e falou sobre como será sua relação com a presidente Dilma Rousseff (PT), caso seja eleito.

"Quem quer um candidato que é do governo claramente, que indica cargos pro governo, já tem nomes para apresentar. Já quem quer um candidato que verdadeiramente esteja na independência porque não vai ficar subordinado ao 'me indica um ministério que eu te indico uma posição', vota no nosso bloco", disse o parlamentar. Ainda de acordo com ele, a relação com a presidente Dilma será republicana.

"Não vai ter uma atitude de 'toma lá, dá cá', ou de negociação com o legislativo para que nós possamos votar os projetos de interesse do governo", disse. Ele admitiu que a citação de alguns parlamentares na operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, pode influenciar na votação, mas ressaltou que dos nomes envolvidos no escândalo nenhum apoia a sua candidatura à presidência da Câmara.

"O que eu posso dizer e tranquilizar os companheiros que estão aqui (na reunião) é que, ao contrário de ser investigado, eu investiguei", disse, referindo-se ao fato de ter representado o PSB na CPMI da Petrobras. "Dos 28 nomes divulgados pela delação do Paulo Roberto Costa, 13 são deputados reeeleitos e nenhum deles me apoia. Isso me tranquiliza", destacou.

O deputado afirmou que, caso eleito, pretende dar continuidade às investigações, instalando uma nova CPMI no próximo ano. Sobre o suposto envolvimento do ex-governador Eduardo Campos, falecido em agosto, no escândalo na estatal, Delgado disparou: "Acho que em vez de estar investigando quem já morreu e não pode se justificar, deveriam estar investigando quem está vivo e não quer falar". "Tem muita gente aí que está viva, apoiando as candidaturas da Câmara, e que nesse momento esconde atrás do veludo da investigação. Falam que não podem provar, mas poderiam esclarecer alguma coisa", acrescentou.

Articulação com partidos pequenos
Menos de uma semana após o anúncio oficial de que seria candidato, o deputado Júlio Delgado conta com o apoio de cinco partidos em seu bloco: PSB, PPS, Solidariedade PV e PSDB. Segundo o parlamentar, juntos, as legendas representam 106 votos em favor de sua candidatura. Ele afirmou, também, que partidos menores, a exemplo do PCdoB, PRTB, PHS, PRP, que podem acrescentar mais 20 votos ao seu favor, já estão sendo consultados, em busca de apoio.

Questionado sobre a possível presença de um nome pernambucano em sua chapa, o parlamentar esclareceu que, ao contrário do que acontece nas Assembleias Legislativas, o candidato à presidência é lançado de forma avulsa, sem vinculação com os outros cargos que compõem a mesa diretora da Câmara. Ele esclareceu que os outros cargos dependem da proporcionalidade que os blocos possuem.

"Por exemplo, hoje, nosso bloco possui 106 deputados. Já o do PMDB, o do PTB e o PRB, 110. O bloco deles indicaria um nome para a primeira vice-presidência, o nosso indicaria um nome para a segunda vice-presidência, e assim por diante". O mesmo acontece para os quatro cargos de secretários.



FONTE: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/politica/2014/12/22/interna_politica,550741/durante-primeiro-ato-de-campanha-julio-delgado-defende-independencia-do-legislativo-nacional.shtml

Marcadores: , ,

Powered by Blogger

free web tracker